Desvio o olhar
Tomada pela espera,
Cuja desventura da aproximação chega.
Então, chegado é o som do silêncio.
Silêncio contido pelo ardente
desejo de materializar as breves e longas:
as memórias.
Apreciadas não tal como uma fotografia, além.
Não é tão somente o que o olhar captura,
A captura se dá no que o lugar revela.
Mistura de prazer, ânsia e depuração.
Prazer de realizar e contemplar
E de estar à margem do portal.
Ânsia de entrar, vasculhar e
Materializar o secreto.
Depurar cada espaço do
Desenho a céu aberto,
Observando a tinta e seus afluentes
Corromperem a trama têxtil.
Posso não estar mais no lugar portal.
Mas, a tinta em seus afluentes permanece a correr pela trama.
Na verdade, não corre,
Ela percorre o caminho lentamente.
Não posso afirmar o total controle dela,
Com persuasão tátil a conduzo
Mas vejo algo dela que escapa a minha indução.
Isso é bom.
(Priscila Sabka Thomassen, fevereiro de 2011)
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