quarta-feira, 4 de maio de 2011

CAMINHO E PISTAS VISUAIS DE QUAL MEMÓRIA?


Antes do Lugar-Portal as memórias reviradas e desenroladas eram somente de uma das artistas, após o contato, e o desconhecido tornar-se revelado agora este também permeia  a memória da "estranha" presente.
Memórias compartilhadas e reeditadas através de um novo olhar.

sábado, 30 de abril de 2011

vista linear: andar, mar revolto



Jornada até a Pedra do Frade na praia do Sol, Laguna - SC.
Duas amigas, saindo do ponto de partida nas fotos acima, percorrem a margem da praia em busca de uma vista linear, conversas sobre a infância, resgate de memórias e, vejam um dos seus registros no vídeo abaixo:



sábado, 23 de abril de 2011

o cenário



O CENÁRIO

é um espaço
real
imaginário
virtual
estamos a caminho do cenário
ao encontro de lugares conhecidos
lembranças
momentos
estamos presentes
pensando passado
imaginando futuro
ação!
onde estão os personagens?



 

REGISTRANDO HORIZONTES - Fragmentos fotográficos

Praia do Barco

 

entrada beira mar
 
                                                                                                                  
                                                                                                                                     











caminhada I
 



                                                                                                                                         






 
                                                                                      
                                                









morada I













 
morada II








avistando





















PRAIA DO SOL



memórias






encontro I











encontro II









semelhança







olhar








alinhados






estancia













(Farol de Santa Marta)





























         Fotos: CintiaR.III


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Toque humano

Ter um toque humano, o que é ter um toque humano?

Como diria Karl Gerstner, em 1962 (MORAIS):

 A arte precisa ter um toque humano e insinuar-se na memória. Deve inspirar a uma pessoa algo que comova – uma recordação, o reconhecimento de sua solidão ou tragédia ou o que quer esteja na base de suas recordações.

       Até onde sei o ser humano é imperfeito, frágil e pensante. Insinuar-se à memória é recorrer às lembranças humanas, boas ou não. Nossa arte é assim, imperfeita, frágil e que provoca o pensamento sobre o paralelo entre as memórias de cada leitor, lembrando que o termo “leitor” não faz menção somente às leituras de obras literárias, mas também de obras plásticas.
      Nosso toque humano, que até então estava guardado na memória, agora é revelado e exposto para encontrar semelhantes, pois nossas obras não esperam à redenção, a glória. Elas são simplesmente produtos de corpos humanos que um dia vão deixar de existir. 
    Enquanto há tempo, produzimos e expressamos a sensibilidade de enxergar a vida como presente divino.Sensibilidade de perceber que apesar das nossas limitações carregamos a centelha da criação, ou seja, criamos como humanos e revelamos o nosso íntimo através do toque da tinta na tela.

 (MORAIS, Frederico. Arte é o que eu e você chamamos de arte, Record, s.d, p. 40)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Desvio o olhar e a tinta me escapa

 Em três, Priscila Sabka Thomassen, 35 cm x 25 cm, acrílica e carvão s/ tela (detalhe)

Desvio o olhar
Tomada pela espera,
Cuja desventura da aproximação chega.
Então, chegado é o som do silêncio.
Silêncio contido pelo ardente
 desejo de materializar as breves e longas:
as memórias.
Apreciadas não tal como uma fotografia, além.
Não é tão somente o que o olhar captura,                                                     
 A captura se dá no que o lugar revela.
Mistura de prazer, ânsia e depuração.
Prazer de realizar e contemplar
E de estar à margem do portal.
Ânsia de entrar, vasculhar e
Materializar o secreto.
Depurar cada espaço do
Desenho a céu aberto,
Observando a tinta e seus afluentes
Corromperem a trama têxtil.
Posso não estar mais no lugar portal.
Mas, a tinta em seus afluentes permanece a correr pela trama.
Na verdade, não corre,
Ela percorre o caminho lentamente.
Não posso afirmar o total controle dela,
Com persuasão tátil a conduzo
Mas vejo algo dela que escapa a minha indução.
Isso é bom.
(Priscila Sabka Thomassen, fevereiro de 2011)

Memórias

 s/ título [1], 20 cm x 20cm, acrílica s/ tela 

 s/ título [2], 20 cm x 20cm, acrílica s/ tela  

   s/ título [3], 20 cm x 20cm, acrílica s/ tela
 

O caminho tá pronto?

Caminho se faz.
Faz o caminho.
Percorre a jornada.
Jornada à margem do mar.
Família prossegue e
Brinca, praticando o convívio de estar com quem te quer bem.
Textura boa são os grãos de areia.
Pés na água gelada.
É verão, mas a água é fria.
O calcanha dói...
É só areia, areia e areia.
Boa é esta areia.
Pra onde vamos?
Por quê não chega nunca?
Calma. Tá pronto seu lobo?
Não, tô acordando;
Tá pronto seu lobo?
Não, tô tomando café;
Tá pronto seu lobo?
Não, tô escovando os dentes;
Tá pronto seu lobo?
Sim.
Corre, corre, corre.
Chegamos. Aonde?
Num lugar que vale a pena estar.
(Reflexões no tempo do Não-Lugar por Pris Thomassen, 15/05/2010)

Decomposição

Podridão: tronco mofado levado
pela correnteza do mar.
Entorce e torce o nariz.
Fede o corpo em decomposição,
estrangulando o último devires.
Espalha a carniça. Quando é que digo:
o sangue está vencido?
O corpo está morto.
Cemitério de troncos jazidos à companhia dos bagres.
Rompe a noite e a maré recolhe os corpos.
(Reflexões no tempo do Não-Lugar por Pris Thomassen, 03/07/2010)