quarta-feira, 20 de abril de 2011

Toque humano

Ter um toque humano, o que é ter um toque humano?

Como diria Karl Gerstner, em 1962 (MORAIS):

 A arte precisa ter um toque humano e insinuar-se na memória. Deve inspirar a uma pessoa algo que comova – uma recordação, o reconhecimento de sua solidão ou tragédia ou o que quer esteja na base de suas recordações.

       Até onde sei o ser humano é imperfeito, frágil e pensante. Insinuar-se à memória é recorrer às lembranças humanas, boas ou não. Nossa arte é assim, imperfeita, frágil e que provoca o pensamento sobre o paralelo entre as memórias de cada leitor, lembrando que o termo “leitor” não faz menção somente às leituras de obras literárias, mas também de obras plásticas.
      Nosso toque humano, que até então estava guardado na memória, agora é revelado e exposto para encontrar semelhantes, pois nossas obras não esperam à redenção, a glória. Elas são simplesmente produtos de corpos humanos que um dia vão deixar de existir. 
    Enquanto há tempo, produzimos e expressamos a sensibilidade de enxergar a vida como presente divino.Sensibilidade de perceber que apesar das nossas limitações carregamos a centelha da criação, ou seja, criamos como humanos e revelamos o nosso íntimo através do toque da tinta na tela.

 (MORAIS, Frederico. Arte é o que eu e você chamamos de arte, Record, s.d, p. 40)

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